Sou
contra o aborto. Mas sou contra a criminalização do aborto também. O meu
princípio moral e cristão não pode permitir que mulheres por motivos que
desconhecemos e não nos cabe "julgar" outro princípio cristão, caiam
nas mãos de clínicas clandestinas e morram.
"Sou a
favor da vida" outro princípio totalmente cristão, se o aborto é inevitável
legalizado ou não, ao menos sendo feito por vias legais poupará a vida da
mulher e antes ela será acompanhada por uma equipe interdisciplinar de
profissionais assistente social e psicólogo e outros que poderão apresentar
outro caminho respeitando, contudo a sua liberdade de decisão.
Enquanto
não separarmos a moral do direito, não viveremos uma sociedade de respeito. Sabemos
que em nossa sociedade uma mulher com recursos financeiros quiser fazer um
aborto ela fará, irá a uma clínica com médicos conceituados, pagará pela
consulta, pelo aborto, ficará de repouso na clínica e somente terá alta médica
depois que estiver bem.
Ela
não será denunciada, seu médico não será denunciado, e o procedimento feito em
clínicas particulares não passará de um atendimento normal, corriqueiro. Mas e
a mulher que não possui recursos? Ela irá procurar um "aborteiro"
clandestino de "fundo de quintal", pagará também, mas bem menos que
uma clínica particular, e somente Deus saberá se ela vai sair com vida desse
lugar.
E
se sobreviver terá complicações como muitas já tiveram, e irão parar em um
hospital público, e se sobreviver será denunciada. Lembrando que essas clinicas
clandestinas não respeitam o tempo em que pode-se abortar sem causar
sofrimento, isso é, dentro das doze semanas de gestação que ainda não foi
formado o sistema nervoso do feto.
Passado desse tempo o feto
tem seu sistema nervoso formado e sofrerá com o procedimento. E o pior, muito
dessas submetem o procedimento em mulheres que já estão até no sétimo mês de
gestação. Isso não é mais aborto é infanticídio. Precisamos ter um debate sério
sobre esse assunto, sem moralismo religioso.
Pois
se os religiosos se importassem com a vida estariam preocupados com as mulheres
que poderão vir a morrer enquanto o aborto é criminalizado. Hoje o Senado Federal realizará a terceira
audiência pública para discutir o assunto, o Senador Magno Malta é relator da
pasta após a entrega da mesma pela Senadora Marta Suplicy.
Instruira SUG 15 de 2014, que regula a interrupção voluntária da gravidez, dentro das
doze primeiras semanas de gestação. 06/08/2015 - 09:00 - Anexo II, Ala Senador Nilo
Coelho, Plenário nº 2 Que a população possa participar, discutir, debater com
cidadania. Por Lúcia Goulart
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