quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Que mundo é esse?


Tenho andado com um sentimento que borbulha dentro de mim, que revolta, enoja, lamento, entristeço, me deixa impotente. Depois do caos vai me revigorando aos poucos, vou sentindo minhas forças retornando, e o terremoto de sentimentos dando lugar à razão, então começo a pensar como posso ser útil nesse mundo de tanta maldade?

Não sendo como eles? Tentando fazer que outras pessoas pensem diferente? Várias crianças mortas quando um bote vira em pleno oceano com refugiados, aquele bote que lhes trouxe a morte, antes representava a esperança de vida, um menino indígena queimado vivo por fazendeiros brigando pela posse de terras... Refugiados haitianos sendo baleados por pessoas aparentemente de classe média, diga-se pelas testemunhas que viram seu carro de luxo, baleadas por serem imigrantes.

Uma crise econômica conjuntural no mundo, e aqui no Brasil uma crise ainda pior, uma crise política, racista, homofóbica, xenofóbica, a síndrome da Casa Grande persiste em reviver seu passado escravocrata, não se deram conta que não existem mais senzalas. Não existem privilégios, o povo luta para que os Direitos a tanto negado, agora seja de igual modo a todos.

O capitalismo está em convulsão, mas não está em estado terminal, é um mal que se regenera através do sacrifício de muitos. Da imagem do menino afogado a beira da praia, do menino indígena queimado vivo, dos haitianos baleados, das guerras no oriente, dos conflitos necessários para que se continue a comercialização bélica. Dos refugiados em desespero que se sujeitam embarcar em um bote. “Ou se morre no seu país ou se não morrer no meio do oceano, quem sabe poderá viver em outro lugar?”

O socialismo é uma utopia distante e depois da queda do muro de Berlim para muitos foi enterrado de vez. Mas eu gosto de ser utópica, me faz lutar por algo melhor. Galeano disse que quando andamos dez passos para aproximarmos da utopia, ela de nós dez passos se afasta. Ela é sábia, faz isso para não deixarmos de busca-la, persegui-la. Sem essa busca como o mundo poderá ser melhor?

Estou muito triste com tantos acontecimentos nefastos, mas não posso me abalar, tenho que ser alguém, com outros "alguém" que possuem a mesma utopia e juntos lutarmos para melhorar o que pudermos melhorar.

Lúcia Goulart.

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